Como usar um Plugin Clipper para ter um volume mais alto em suas Mixagens.
Na produção de áudio, o uso de ferramentas como limitadores e compressores é essencial para controlar o volume e moldar o som de uma faixa musical. No entanto, há outro processo muitas vezes subestimado e mal compreendido que desempenha um papel crucial na manipulação do áudio: o clipping. O clipping é um processo complementar ao limiter/compressor que brilha particularmente quando se trata de lidar com baterias e conteúdos repletos de instrumentos percussivos.
O clipping, muitas vezes subestimado, é uma técnica valiosa para elevar o
volume de uma mixagem. Em vez de simplesmente aumentar o ganho, os clippers cortam os picos de áudio que ultrapassam um limite pré-definido. Isso irá permitir que perceba o material de forma mais alta e preservando os transientes. Embora isso possa parecer contraditório, a distorção introduzida pelo clipping pode, de certa forma, compensar a perda de transientes, resultando em um som mais enérgico e poderoso.
O Que é Clipping?
Os clippers, ou “cortadores”
, como o próprio nome sugere, atuam cortando o topo dos picos de áudio que ultrapassam um determinado limite. Embora isso possa parecer contraditório, já que aparentemente os transientes são removidos, a realidade é mais sutil. Os clippers introduzem uma distorção audível nos picos, compensando, em parte, a perda de transientes. Isso é especialmente eficaz em baterias, onde os picos de som são tão curtos que a distorção harmônica adicionada pelos clippers pode, na verdade, preservar o impacto da bateria.
Esses “picos” de áudio, são os “primeiros transientes” da batida de uma caixa de bateria ou bumbo por exemplo. Esses transientes são muitos rápidas e não são percebidos pelo ouvido humano, mas são percebidos pelos Limiters/Compressores. O que nossos ouvidos ouvem, é a massa sonora.
Clippers vs. Limitadores
Em muitas situações, limitadores são a ferramenta de escolha para controlar picos de áudio, mas quando se lida com sons percussivos e transientes pesados, como uma bateria, os clippers podem ser uma opção superior. Enquanto um Limiter prioriza a transparência do timbre e evita qualquer distorção, um clipper pode controlar os picos e adicionar uma borda adicional por meio da distorção Isso mantem o impacto da bateria enquanto limita o pico.
A ideia por trás disso é que, ao usar um clipper para controlar os picos mais altos, é possível obter resultados mais consistentes quando se aplica um limitador posteriormente. Isso ajuda a reduzir quaisquer efeitos audíveis causados por picos inesperados que podem levar o Limiter a atuar no material que está ao redor desses picos, prejudicando a mixagem final.
Hard Clipping vs. Soft Clipping

Existem duas abordagens principais para o clipping: hard clipping e soft clipping. O hard clipping corta os picos do áudio no limite definido, resultando em uma distorção sonora áspera. Por outro lado, o soft clipping arredonda os picos que excedem o limíte definido, proporcionando uma distorção mais suave e quente.
O hard clipping não aplica compressão ou redução de ganho; ele simplesmente corta tudo o que passa por ele quando ultrapassa o limite, resultando em um som digital e áspero. O soft clipping, por sua vez, adiciona uma compressão suave ao sinal, arredondando os picos e oferecendo uma saturação mais natural, analógica e quente. A diferença crucial reside na maneira como esses processos lidam com os picos de áudio e na qualidade da distorção resultante.
Compressão Inteligente
A compressão é uma técnica essencial na mixagem, mas seu uso inteligente pode ajudar a aumentar o volume sem comprometer a qualidade. Os compressores controlam a amplitude do sinal, reduzindo os picos de volume e, em seguida, aumentando o ganho global. Isso cria uma sensação de maior densidade e presença na mixagem, tornando-a mais impactante. No entanto, é importante não exagerar na compressão, pois isso pode levar a uma perda de dinâmica e clareza.
Conclusão
Em resumo, o clipping é uma técnica poderosa e muitas vezes subestimada na produção de áudio. Ao compreender as nuances entre o hard clipping e o soft clipping e aplicá-los de forma adequada, os produtores podem controlar os picos, preservar transientes e adicionar uma textura única ao som. Essa abordagem criativa pode ser especialmente eficaz em situações em que a clareza do timbre não é a prioridade, mas sim a preservação do impacto e da energia do som, como em baterias e instrumentos percussivos. Portanto, o clipping merece um lugar especial no conjunto de ferramentas de qualquer engenheiro de áudio que busca criar mixagens dinâmicas e impactantes.